sexta-feira, setembro 22, 2006

Power Point

A Wired costuma fazer uma eleição anual de Vaporware, escolhendo as promessas mais furadas do ano no mundo da informática. Sempre apontado como um dos maiores culpados é o PowerPoint, citado jocosamente como uma linguagem de programação ou programa de engenharia. Seu concorrente desenvolveu um produto melhor? Simples, abra o PowerPoint e "crie" um produto melhor.
Infelizmente essa mania está se disseminando, com diversos reflexos, inclusive ambientais. Hoje cada vez mais vemos projetos que só existem como PowerPoint. Ao invés de escrever um documento detalhando um projeto, prepare uma apresentação PowerPoint, que é só o que todos vão ver mesmo.
Recebi um "projeto" em PowerPoint pra analisar, que impresso ocupou 40 páginas, e que representa toda a documentação de um projeto de alguns milhões. Quase copiei e colei tudo no word pra facilitar a leitura.
Preciso aprender a usar o PowerPoint, porque escrevendo no Word não vou me fazer entender.

Poluição visual

Será que o projeto da prefeitura vai proibir os meus adesivos?

terça-feira, setembro 19, 2006

Engajamento Político

Esse marasmo que eu comentei no post anterior me fez lembrar do passado, de um mais próximo e de um longínquo. O mais próximo remonta à eleição do Fernando Henrique, quando escrevi uma mensagem numa BBS (posso ser blogueiro recente, mas de informática sou rodado) comentando os sentimentos conflitantes em torno da sua eleição. Depois vou procurar a mensagem, porque seria interessante ler o texto original. Mas, em síntese, eu tratava do conflito da esquerda que chega ao poder, mas ao mesmo tempo do gosto amargo das alianças necessárias. Hoje em dia acho que dificilmente alguém qualificaria o governo que ali iniciou como de esquerda. Mas, de qualquer forma, aquele momento teve algum significado, alguma magia.
A eleição do Lula também teve esse lado mágico, uma sensação para os seus eleitores de que aquele era um momento único, quando o nosso Lech Walesa chegava ao poder. Já disse a alguns amigos que o Lula, assim como Walesa, tinha queimado a única oportunidade histórica de um lider operário chegar ao poder. Embora exista uma aparente e curiosa aprovação do governo, é inegável que o sonho acabou e o desgaste do partido é maior que o necessário. Assim como Fernando Henrique logrou se reeleger, também deverá o Lula, mas como o primeiro não continuará com a mesma aura que tinha quando entrou.
Tudo isso, ainda ligando com a apatia, para lembrar o evento mais remoto, ainda da minha infância. Sempre gostei de política, me envolvia muito, lembro da eleição do FHC para prefeito, quando tinha 8 anos, de distribuir folhetos e lamentar a derrota. Com a criação do PSDB me identifiquei imediatamente com o partido e os seu fundadores, sempre atuando nas campanhas. Lembro de na eleição de 89, aos quase 12 anos, pegar o ônibus na Praça da Bandeira, olhando a gigante bandeira lá em cima, e ir até o comitê tucano na 9 de julho. Lá, junto com outros militantes voluntários, pegava materia pra campanha do Covas a presidente. Costumava ficar em frente do Mappin distribuindo o material, conversando com as pessoas, tentando convencer quem dava trela. Lembro de maneira vívida o comício dele no vale do Anhangabaú.
Apesar disso tudo, tenho as minhas dúvidas se sujo o carro pra colocar o adesivo do Alckmin, que não possui o mesmo poder catalisador. Os tempos mudaram e não sou o único que me tornou apático. O mundo está caindo nas primeiras páginas dos jornais e nada aponta que isso vá afetar em um ponto a corrida presidencial. Sem dúvida o Serra teria gerado uma outra batalha, mas não é esse o problema real.
Enfim, não tenho mais estômago pra só assistir, vou sujar meu carro com o adesivo do Alckmin mesmo.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Eleições 2006

Morar em São Paulo é às vezes uma experiência surreal, e nessa eleição não é diferente. Em São Paulo não temos eleição para governador, até onde consta a eleição presidencial não chegou aqui e nós não temos prefeito. Não é pouca coisa não, quase o sonho de um anarquista.
Por isso fiquei muito surpreso hoje quando saí pra almoçar e encontrei o reaquecimento da economia, alguns cabos eleitorais distribuindo folhetos e adesivos. Aproveitando que o adesivo representa a minha relutante escolha, peguei um juntamente com uns folhetinhos sem graça. Mas foi aí que nasceu a minha dúvida: será que colo o adesivo no meu carro?
Acontece que eu estava viajando outro dia e levei uma fechada, sabe de quem? Desse adesivo mesmo. Fiquei com muita raiva do eleitor em campanha, pensando que quem quer fazer propaganda devia pelo menos ter uma conduta mais urbana. Fiquei imaginando se o motorista refletia a conduta média do eleitor daquele candidato, e como não pude ver nada além do adesivo, é como se o próprio candidato tivesse me fechado.
E aí retorno à pergunta, devo colar o adesivo no meu carro? Acho que não, provavelmente eu perderia mais votos do que ganharia da forma que eu dirijo.