quinta-feira, agosto 10, 2006

Medidas

Para um homem a escolha de uma lingerie para presente é uma empreitada ao mesmo tempo prazerosa e desesperadora. Primeiramente há a barreira inicial, a loja em si.
Por mais seguro que o potencial comprador seja, a sensação após a entrada na loja é a de ter entrado em um território estranho, venusiano. E mesmo repetindo mentalmente que logicamente outros homens vivem entrando ali para comprar presentes, você tem a necessidade de explicar pra mocinha que vem te atender que aquilo é um presente, viu?
Aí começa a segunda parte, o que você quer. Só Deus sabe o que você quer, metade daquilo você não sabe sequer o nome, o que convida você a uma de duas situações: ou você começa a procurar por um monte de araras, o que parece intimidade demais para um forasteiro, ou você deixa a vendedora fazer aquele escarcéu e mostrar metade da loja para você, num espetáculo que na sua cabeça é acompanhado com atenção por toda a loja.
Então vem a parte de como explicar o que você realmente quer, explicando que aquela peça ficaria melhor na sua avó, e não é exatamente o que você tem em mente.
Muitos eufemismos depois, quando finalmente o potencial comprador chega a algo que lhe apeteça, chega o tormento final. Qual é o tamanho? Num mundo ideal as coisas tem tamanho, em centímetros e até milímetros, mas aqui nesse planeta as medidas são outras. Você saca algumas informações, pra mostrar que fez o dever de casa, mas mesmo assim não fica seguro. Mas 36 é P? E, a obra de engenharia mais incompreensível de todas: o busto. Pra comprar um sutiã realmente a pessoa tem de ser um conhecedor, ou talvez providenciar um modelo em resina. Eu não tenho resistência pra tanto.
Tudo isso para ao final a vendedora, feita a compra, perguntar se é pra presente, o que você não sabe muito bem como interpretar. Mas, enfim, tudo tem as suas recompensas. Ah, foto da Jéssica Pauletto que eu estou procurando há dias um motivo pra postar.

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